quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ruthie Davis e seu design de calçados.

Pra quem não conhece Ruthie Davis, ela é uma designer de calçados, com um estilo bem diferente, mais que está conquistando seu espaço e o coração das famosas.

Lançou sua marca em 2006, mais antes disso trabalhou na Reebok, na UGG e na Tommy Hilfiger.

Segundo Ruthie, sua paixão é customizar modelos clássicos,
acrescentando alguns centímetros de salto e aplicando diversos materiais:
cromo, metal, cristais, spikes, tachas, entre outros.

Entre as famosas que adoram seus produtos estão: Lady Gaga, Beyoncé,
Kate Perry e Kelly Osbourne.




Eu curti e usaria sim alguns desses calçados! :)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O design do designer

Para começar, vamos aproveitar para esclarecer alguns termos que o pessoal anda usando por aí. O primeiro deles é design, que muita gente também diz designer. É claro que você que está lendo este livro agora é uma pessoa esclarecida e provavelmente domina o inglês (o nosso “latim moderno”), mas não custa nada dar uma relembrada.

Design e designer não são sinônimos. Design se refere ao processo, ao projeto, ao conceito. Designer é sempre uma pessoa, justamente aquele profissional que faz design. Assim, ao contrário do que a gente vê por aí, não existe curso de webdesigner, assim como não existe curso de pintor. Existe curso de webdesign, assim como curso de pintura. Se a divulgação do serviço já tem esse erro, desconfie... ou o profissional não sabe direito o que está fazendo ou a escola não sabe o que está ensinando...

Outra pergunta que não quer calar: designer tem que ter diploma? Essa é uma polêmica que enfrenta o mesmo questionamento em outras áreas, como o jornalismo.

O fato de um sujeito freqüentar uma universidade não garante de maneira alguma que ele seja um profissional competente e confiável. O que o diploma diz de um profissional (qualquer um, de qualquer profissão), é que ele teve acesso aos conhecimentos necessários para exercer o trabalho. Só. Infelizmente. Todos sabemos que há muitos meios de se obter as notas mínimas para se adquirir um diploma e não se pede histórico escolar e nem se conversa com os professores antes de contratar alguém.

Por outro lado, pelo menos há a certeza que aquela pessoa frequentou uma escola e ouviu falar de conceitos importantíssimos para exercer sua atividade. Se você contrata alguém que não fez um curso superior de design, o risco aumenta bastante, pois significa que essa pessoa aprendeu sozinha. Também como em qualquer outra profissão, pode ser que ela dê um verdadeiro banho em gente com diploma, mas não é isso que se vê freqüentemente no mercado. É mais comum nos depararmos com pessoas que fazem cursos que ensinam a usar um determinado software e se auto intitulam designers.

Por isso, atenção: o fato de uma pessoa saber usar uma ferramenta, não faz dela um designer. A maior parte dos cursos superiores de design nem ensina ferramentas... o mais importante para um designer são os conceitos e a cultura do design, a forma de conceber soluções para os problemas, o conhecimento abrangente das conseqüências de se colocar mais um produto no mercado, a preocupação com a qualidade. São quatro anos onde se estuda história da arte e do design, teoria e psicodinâmica das cores, metodologias para o desenvolvimento de projetos, ergonomia, semiótica, materiais, elabora-se projetos que serão criticados e avaliados por professores experientes, enfim, é muito chão. Não que seja impossível de aprender isso tudo sozinho, mas certamente ficarão algumas lacunas na formação de um autodidata que dependerão imensamente do esforço pessoal, do acesso às informações e às oportunidades.

Assim, cuidado. Há montes de cursos de “designer” por aí que ensinam você a “mexer” no CorelDraw, FireWorks, DreamWeaver, Flash e outros softwares que auxiliam o trabalho. Muitos são excelentes e você sai dominando a ferramenta, mas isso não transforma você em um designer. Pense bem: só porque um pedreiro é extremamente competente na construção de uma casa, voc~e acha que ele possui condições de projetá-la com segurança, competência, e dentro de todas as normas? O trabalho do designer é essencialmente de projeto. Sempre haverá trabalho para pedreiros e arquitetos, cada um na sua função, as duas igualmente importantes. E está cheio de arquiteto bom que nem sabe fazer uma mistura básica para cimento. Então, ficou claro? “Micreiros” e designers podem e devem trabalhar juntos, mas são funções diferentes. É possível exercer as duas ao mesmo tempo, desde que a pessoa se qualifique para ambas.

Então, como separar o joio do trigo? Ora, como a gente faz para ir ao dentista, ao médico, ao cabeleireiro: pega referências com quem já fez algum tipo de trabalho com ele, olha amostras de trabalhos anteriores, observa a postura profissional, pede informações sobre sua formação, verifica a escola onde estudou, vê se ele domina os conceitos básicos. Nada que você já não tenha feito para contratar outros profissionais. Mas por favor! Não contrate o seu sobrinho ou o vizinho do seu amigo porque o rapaz “tem jeito para desenho” e “mexe com computador” para um trabalho de responsabilidade na sua empresa. Você contrataria um leigo para fazer o parto do seu filho?


Texto retirado do cap. 1 do livro: O design do designer, Lígia Fascioni.